Você sabe o que significa ser Engenheiro Agrícola?
Eu escolhi ser profissional numa modalidade de Engenharia que ainda é pouco conhecida no Brasil. Sempre que alguém pergunta a minha profissão e eu respondo: Engenharia Agrícola, percebo que as pessoas entendem uma duas de duas coisas. Ou entendem AGRONOMIA, ou entendem TÉCNICO AGRÍCOLA. Até acho natural que ainda seja assim. Na primeira porque a Engenharia Agrícola surgiu de uma das áreas da Agronomia, e na segunda porque o Técnico Agrícola desempenha papel similar ao do Engenheiro Agrícola só que no nível médio.
Para comemeror o dia do Engenheiro Agrícola deixarei um texto para reflexão e para mostrar (nas entre linhas) as muitas possibilidades de atuação desse profissional.
Engenharia Agrícola: Uma profissão dedicada à Vida e ao Brasil.
O pulmão do mundo está encolhendo, as gigantescas montanhas geladas do Alaska já não são tão gigantes assim; estão se derretendo – e por mais incrível que isso possa parecer não está aumentando a água doce disponível, mas sim o nível médio dos mares, o que tem tirado o sono dos Holandeses e de outros. E o famoso ‘buraco na camada de Ozônio’? – Ah! Este é cada dia maior e a culpa não é mais do desodorante aerosol, mas do boi. Dá pra acreditar nisso?
A população mundial continua crescendo e no mesmo rítmo também a demanda por alimentos. E mais: o povo ‘tá’ ficando mais inteligente e exigindo também qualidade. A agricultura está desempenhando brilhantemente o seu papel. A produção está à potência máxima. Somos capazes de nos dar o luxo de desperdiçar cerca de 40% de todo o alimento que produzimos hoje. Mas, não temos sido capazes de enxergar os milhões de famigerados espalhados por esse mundinho globalizado.
Ao mesmo tempo em que se fala de ‘café orgânico’ e ‘boi verde’, fala-se em engenharia genética. E fala-se também em agricultura sustentável; mas que sustentabilidade é essa? - Será a sustentabilidade econômica ou a social? E a coerência ecológica, onde fica?
O uso intensivo da terra provoca modificações, as vezes lentas, mas constantes. A natureza continua tentando fazer a sua parte. A chuva continua mal distribuída, mas caindo do mesmo jeito. O solo desprotegido não tem se conservado. A água o induz a fazer uma caminhada sem volta. Em alguns lugares o rio fica sem fundo em outros o fundo fica sem água. E a vida continua...
Depois de ‘Doole’ os ‘Transgênicos’. Agora o ‘Mercado de carbono’ e as ‘Energias Renováveis’ são os temas da vez. O que virá depois? A agropecuária mundial (vista com olhos de produtor rural) mais parece um filme de ficção científica: as análises químicas do solo são feitas em aparelhos de nome muito estranho (espectrofotometro de absorção atômica).
Os tratores são inteligentes, possuem computador de bordo e tem até Joystick – parece ‘video game’. E não pára por aí. Eles ainda podem ser teleguiados por uma constelação de satélites na órbita terreste.
Como se não bastasse a invenção das semeadoras, transplantadoras, etc, hoje já existe máquina até para colher alface. Parece mentira mas não é. A máquina, colhe a alface, lava, corta e embala. Se isso te pareceu perfeito veja que não é: você ainda tem que acrescentar sal a gosto e azeite. Não esperava mesmo que a máquina fizesse tudo! Mas ainda vamos chegar nesse nível, talvez não com uma máquina que conheça o seu gosto individual pelo sal, mas com uma alface que já venha salgada de “fábrica”. Isso não é impossível já fizeram até algodão que não precisa ser tingido: é colorido de nascença.
A tecnologia gera evolução e esta incansável busca pelo conforto vem provocando impactos negativos no ecossistema terrestre, muitos até irreversíveis. Mas a vida prossegue seguindo o seu caminho manquitolando por entre as feridas deixadas pelas patas humanas.
Até onde vai essa destruição? Onde está o limite? – essas perguntas e outras tantas parecem não ter resposta, pois em pleno século XXI – onde já se fala na colonização do planeta vermelho - o uso de agrotóxicos ainda é indiscriminado, o uso da terra não considera a sua aptidão agrícola e queimadas ainda são consideradas técnicas de cultivo. E a famosa irrigação? - Esta mais parece molhação, ou melhor dizendo: gastação hídrica de dinheiro.
Mas de quem é a responsabilidade? Quem deve controlar os processos produtivos da nossa agricultura?
A responsabilidade é todos que têm capacidade técnica e ética profissional para aplicar seus conhecimentos com o objetivo de realizar projetos economicamente viáveis, socialmente justos e ecologicamente corretos. E assim garantir a produção agrícola, com qualidade e com um nível de dano ambiental mínimo.
É hora de ouvir o brado retumbante desse povo heróico, da terra garrida, cheia de vida, com bosques cheios de flores de muitas cores. Esta mesma Terra que é amada e idolatrada, que tem Pelé e tem futebol, e que tem também um certo Nicolau (aposto de que você já se esqueceu do Juiz LaLau do Santos Neto) sem ética profissional. Mas o Brasil tem também uma agricultura que através do seu negócio (AGRONEGÓCIO) tem mantido a Balança Comercial Positiva e ajudado a financiar obras eleitoreiras, PAC’s, Bolsas ‘Disso e Daquilo’, etc., mas que tem contribuido também para colocar, na nossa mesa o sagrado alimento de todos os dias.
A competitividade da agrigultura Brasileira se deve à ciência e à tecnologia produzida por incansáveis técnicos e pesquisadores da Grande Área Engenharia Agrícola.
Estima-se que, hoje, cerca de 70% das atividades agropecuárias passam pelas mãos dos ENGENHEIROS AGRÍCOLAS no Brasil.
PARABÉNS ENGENHEIROS AGRÍCOLAS PELO SEU DIA (27/10).
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