sábado, 4 de agosto de 2012

Parceria amplia pesquisa sobre animais do Cerrado


Um mão-pelada (Procyon cancrivorus) no interior de área protegida, em Minas Gerais


A anta (Tapirus terrestris) é um dos maiores mamíferos do Cerrado e do Brasil


Jaguatirica (Leopardus pardalis) flagrada pelas câmeras digitais


Acordo reforça monitoramento de fauna no parque nacional Cavernas do Peruaçu e nos parques estaduais da Mata Seca e Veredas do Peruaçu. Pesquisas comprovam importância da vegetação em APPs para várias espécies.

por Aldem Bourscheit

Um acordo firmado entre o Programa Cerrado-Pantanal do WWF-Brasil e o Instituto Biotrópicos ampliará o monitoramento científico sobre mamíferos de médio e grande porte no parque nacional Cavernas do Peruaçu e nos parques estaduais da Mata Seca e Veredas do Peruaçu. As áreas protegidas estão no norte de Minas Gerais, no Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu.

A parceria levou à compra de câmeras especiais que estão sendo instaladas em pontos estratégicos dos parques, gerenciados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Essas instituições também são parceiras das pesquisas.

A idéia é flagrar a movimentação de antas, catetos, jaguatiricas, tamanduás, quatis e outras espécies. Os equipamentos operam com sensores que fotografam e filmam um animal ao detectar sua presença, tanto de dia quanto à noite.

As informações que vem sendo levantadas ao longo dos anos pelo Biotrópicos mostram que 70% dos médios e grandes mamíferos do Cerrado circulam naquelas áreas protegidas. Os novos dados reforçarão esses números, serão usados em estimativas populacionais e para a sugestão de corredores ecológicos interligando florestas no Vale do rio Peruaçu.

No parque nacional Cavernas do Peruaçu, uma pesquisa de longo prazo observará os efeitos do turismo sobre os animais que lá vivem. A unidade de conservação está recebendo infraestrutura para visitação. Com isso, será possível avaliar a necessidade de se adequar número de visitantes e trilhas para que turistas e fauna convivam de forma equilibrada.

Importância das APPs - O Biotrópicos pesquisa o comportamento de mamíferos no norte de Minas há quase uma década e, conforme o biólogo Guilherme Braga Ferreira, esse trabalho vem comprovando a importância da vegetação nas margens de rios, córregos e veredas para a movimentação e alimentação dos animais, principalmente na seca.

“Na prática, isso reforça o que a legislação florestal brasileira pede, ou seja, a manutenção das matas no entorno de rios, córregos, lagos e veredas, nas chamadas áreas de preservação permanente (APPs). Ao mesmo tempo, preocupa a situação da margem esquerda do rio Peruaçu, hoje sem qualquer proteção”, comentou Ferreira.

O rio Peruaçu é um afluente do rio São Francisco no norte de Minas Gerais e maior curso d´água do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Mas ele está secando, pelo uso excessivo de suas águas e pelo assoreamento causado pela derrubada das florestas em suas margens.


Fonte: http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?32042

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