Voluntária 'multa' motorista por andar de carro sem carona, durante evento do Dia Mundial sem Carro em Salvador (BA), em 2009 (©Greenpeace/Lunaé Parracho)
O Greenpeace participou nessa quinta-feira, dia 9 de uma consulta pública em Brasília sobre o Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação da Mudança do Clima. O objetivo da consulta é reunir contribuições de representantes da sociedade civil para ajudar o governo federal a construir planos na área de transportes que atendam às metas de diminuição de emissão de gases de efeito estufa. Os planos setoriais fazem parte da criação de estratégias para mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas no Brasil.
O Greenpeace levou uma proposta para o setor (leia o documento na íntegra). Além da sugestão de se investir em transporte público abrangente e de qualidade nas cidades brasileiras, o texto defende importância de articulação entre governos federal, estaduais e municipais para investimentos adequados na melhoria do transporte público e destacou a necessidade de se promover medidas de desincentivos ao uso do transporte individual.
O Brasil é hoje o quarto mercado em venda de carros no mundo, atrás apenas da China, Estados Unidos e Japão. Recentes medidas de isenção de impostos para a indústria automobilística apontam na direção contrária de uma política disposta a reduzir emissões. É preciso mudar esse jogo já. E isso passa, entre outras medidas, pelo incentivo a novas modalidades de transporte e pelo estabelecimento de meta de eficiência energética no setor.
Outra maneira de diminuir a emissão de gases de efeito estufa é o deslocamento do investimento massivo em energias fósseis para o desenvolvimento de biocombustíveis e outras fontes renováveis. Entretanto, o documento deixa claro que o aumento de uso de biocombustíveis como o etanol deve ser acompanhado por ações como o estabelecimento de padrão de eficiência energética para veículos e redução do uso de transporte individual. Isso porque a explosão da demanda de consumo de etanol poderia pressionar áreas de vegetação nativa.
O setor de transportes é o terceiro maior consumidor de energia do país, sendo que 75% desse consumo provêm de fontes derivadas do petróleo. O que contribui para que ele seja o segundo maior emissor de gases de efeito estufa. Reestruturar o setor é um passo importante, portanto, para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
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