sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Redução de emissões de metano e carbono negro seria uma forma eficaz de travar o aquecimento global

Um estudo revela que a redução das emissões de metano e carbono negro na atmosfera seria uma forma mais rápida e menos dispendiosa de travar o aquecimento global do que o simples combate às emissões de dióxido de carbono.





Tal medida, segundo o estudo publicado na quinta-feira na revista científica Science, evitaria numerosas mortes precoces devido à poluição do ar.

O metano, um dos principais componentes do gás natural, e o carbono negro, essencialmente fuligem, são responsáveis pela degradação da qualidade do ar e pelo aquecimento global, explicou, citado pela agência AFP, Drew Shindell, climatólogo da NASA e coautor do estudo.

De acordo com mais de uma dezena de peritos, o metano, que contribui para a formação do ozono, e a fuligem são 'culpados', respetivamente, por cerca de 30 e 20 por cento do aumento da temperatura terrestre.

O estudo apresenta 14 medidas para reduzir substancialmente as quantidades de metano e fuligem lançadas na atmosfera pela indústria petrolífera e carboquímica e evitar 700 mil a 4,7 milhões de mortes precoces por ano em todo o mundo.

A instalação de filtros de partículas nos motores a diesel dos carros permitiria diminuir a emissões de fuligem e a ventilação de culturas de arroz na Ásia reduzir a libertação de metano produzido por micro-organismos em contacto com as plantações.

A agricultura beneficiaria com estas medidas, com os rendimentos anuais de certas colheitas a aumentarem de 30 a 135 milhões de toneladas por ano a partir de 2030.

Para os especialistas, os ganhos económicos e de saúde compensariam largamente os custos associados às medidas de redução das emissões de metano e carbono negro.

Com as tecnologias atualmente disponíveis, seria possível, segundo o climatólogo Drew Shindell, diminuir o volume de emissões de metano em 40 por cento.

O modelo informático usado no estudo assinala que o recurso às 14 medidas propostas reduziria o aquecimento global em 0,5 graus em 2050. Nos últimos cem anos, a temperatura média à superfície da Terra aumentou 0,8 graus. Dois terços desse aumento verificou-se desde há 30 anos.

A combinação destas medidas com as de diminuição de dióxido de carbono diminuiria, em média, o aquecimento global em menos de dois graus centígrados durante os próximos 60 anos.

Enquanto o dióxido de carbono, que demora décadas a deixar a atmosfera, gerando uma capa de captura do calor que provoca o aumento da temperatura, o metano e o carbono negro saem da atmosfera mais rapidamente.

Para a investigação, os autores analisaram previamente cerca de duas mil medidas de controlo da contaminação da atmosfera e utilizaram um modelo informático para selecionar as mais eficazes para travar o aquecimento global e melhorar a qualidade do ar.

Posteriormente, escolheram as que maiores benefícios proporcionam e descobriram que metade delas estava relacionada com as emissões de metano e a outra com as de carbono negro.

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