A votação na Câmara do projeto de lei que retalha o Código Florestal ficou para o próximo ano. Após ter sido aprovado no Senado no último dia 6, o novo texto seria apreciado novamente pelos deputados esta semana. Mas em reunião de líderes nesta terça, ficou decidido o adiamento. Agora, só em março de 2012. Tempo suficiente para que os ruralistas costurem novas maldades. E para que a sociedade civil se prepare para um novo embate.
Foram mais de 1,5 milhão de assinaturas de brasileiros se opondo ao novo Código. A ciência classificou o projeto como “um dos maiores equívocos já cometidos por nossos parlamentares”. Outros países se manifestaram. E até a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entrou em campo para dizer que o projeto é um completo desequilíbrio entre conservação e produção.
Ao contrário do que estão dizendo – e isso está evidente nas manifestações –, o texto não tem acordo com a ciência, com os pequenos produtores, com a sociedade civil e menos ainda com os povos da floresta. Com anistia a quem desmatou, enfraquecimento de ferramentas de controle do desmatamento e a redução das áreas protegidas , o projeto atende tão somente aos interesses de um setor que insiste em um modelo de produção antigo e predatório. Enquanto isso, o governo assiste o trator passar por cima de nossa legislação ambiental. E em postura esquizofrênica, continua pintando de verde sua imagem no exterior.
A mobilização da sociedade civil fez o que nenhum ruralista queria: tirou o assunto das quatro paredes do Congresso e jogou o debate nas ruas. A participação de cada um de nós foi fundamental nesse processo, e ele ainda não terminou. Ano que vem, precisamos voltar a denunciar o jogo sujo feito pelos ruralistas e a omissão do governo. Não perca o debate de vista. Continue conosco.
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