quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carvão suja leilão

Ativistas foram às ruas de Florianópolis para alertar a população sobre os problemas ambientais e de saúde provocados pelo uso de carvão em termelétricas. Durante protesto, os ativistas fingiram estar doentes. (©Greenpeace/Rodrigo Petterson)



A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou ontem os editais das licitações para os dois leilões de energia marcados para agosto. No dia 23, o leilão de energia de reserva será voltado para parques eólicos uma vez que a necessidade de linhas de transmissão para escoar a atual produção brasileira é urgente. Tanto é que consumidores tiveram que remunerar usinas eólicas construídas dentro do prazo, mas que não entregaram a energia ao mercado justamente por atrasos nas obras de transmissão.

Já o leilão do dia 29 será misto para hidrelétricas, termelétricas a carvão, gás e biomassa. As térmicas movidas a carvão não podiam participar dos leilões desde 2009 e preocupam o setor das energias renováveis uma vez que o governo dá cada vez mais sinais de que vai deslocar a matriz brasileira das renováveis para as fontes sujas.

Sérgio Abranches, analista político, afirmou hoje em comentário para a Rádio CBN que “as termelétricas a carvão além de representarem poluição e emissão de gases estufa, são caras”. O governo passou por um aperto no começo do ano já que com a seca dos reservatórios permaneceu muito tempo com as térmicas ligadas. Algumas das térmicas alcançaram o preço de R$800/MWh, valor que ao final pesou no bolso dos consumidores.

Ouça aqui o comentário de Sérgio Abranches. - http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/sergio-abranches/2013/07/24/ESTAMOS-NA-CONTRAMAO-DO-MUNDO.htm

“É importante termos uma parcela de termelétricas na matriz energética brasileira, mas não a carvão. Em um país que possui um potencial enorme de renováveis não precisamos de fontes sujas e poluentes, e se for para investir em térmelelétricas que sejam a gás natural que apresentam emissões até 70% menores do que o carvão”, afirmou Renata Nitta, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/carvo-suja-leilo/blog/46053/

quarta-feira, 3 de julho de 2013

De novo, quem perde é a floresta

O rastro das obras de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. Foto: © Greenpeace/Marizilda Cruppe/EVE
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira o plano de expansão da capacidade da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia. O reservatório, que tem 350 km², ficará com 430 km² e será elevado em 0,8 metros.
“A princípio, essa diferença de menos de um metro de altura pode parecer pouco, mas devemos lembrar que estamos falando da bacia amazônica, a maior planície alagável do mundo, e esta ‘pequena’ diferença representa na prática um acréscimo de 22,85% no reservatório da usina”, afirma Kenzo Jucá, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
O plano aprovado visa permitir a instalação de seis novas turbinas na hidrelétrica, elevando a potência instalada em cerca 420 MW. A ideia é tornar o empreendimento mais rentável para o consórcio, porém, isso terá o custo do alagamento de uma área adicional de 7153 hectares, sendo 6558 de floresta primária. A medida afetará ainda uma Unidade de Conservação no entorno do lago, que perderá mais 38 hectares.
No ano passado, o governo já reduziu, por meio da Medida Provisória 558, os limites de sete Unidades de Conservação para viabilizar a construção de hidrelétricas em seu entorno. Agora, pretende colocar ainda mais floresta embaixo d’água.
Também não é a primeira vez que há alterações no Complexo do Rio Madeira. Desde que venceram os leilões, os consórcios responsáveis pelos empreendimentos de Santo Antônio e Jirau tentam fazer mudanças para aumentar sua capacidade de geração de energia. Enquanto os dois grupos brigam para ver quem terá mais lucro, os impactos ambientais e sociais já detectados por causa da construção atual ainda não foram mitigados.
“Mais uma vez o governo federal muda as regras com o jogo em andamento, abrindo um precedente temerário para a construção de novas hidrelétricas na Bacia Amazônica. Quando as empresas participaram do leilão, elas já sabiam quais eram as condições do empreendimento. Quem sai perdendo, mais uma vez, é a natureza, que terá uma importante fatia de floresta primária destruída devido à busca das grandes empresas envolvidas no processo por margens ainda maiores de lucro”, completa Kenzo Jucá.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Uma parceria perigosa




Parece que a insanidade na exploração petrolífera não tem fim: mesmo depois de precisar interromper seu programa de perfuração no Alasca, Estados Unidos, por questões de segurança, a Shell  - uma das maiores e mais poderosas empresas do mundo - voltou a insistir nessa empreitada arriscada, suja e insustentável, que é a exploração no Ártico.
Agora, a gigante do petróleo assinou um acordo com a Gazprom, maior empresa do país, e o presidente russo, Vladimir Putin,  que abriu a porta dos fundos e convidou a Shell para perfurar no Ártico russo, onde a corrupção é abundante e as empresas petrolíferas estão em sua grande maioria operando sem regulamentação.
Dadas as circunstâncias, a armadilha está feita e grandes derramamentos como o da Deepwater Horizon da BP no Golfo do México  são mais do que prováveis. Além disso, a operação dessas gigantes do petróleo representa ameaças também para comunidades indígenas e toda a fauna local, incluindo ursos polares. 
A triste ironia dessa nova exploração é que ela só é possível devido ao derretimento das calotas polares. O ciclo vicioso já começou e somente a mobilização popular pode mudar essa realidade: em apenas 12 meses, mais de três milhões de pessoas assinaram pedindo o fim da exploração do Ártico. Assine você também, conte aos seus amigos e ajude a preservar uma das regiões mais importantes para a manutenção do equilíbrio climático do planeta.


Pesquisa